Como produzir

Vou produzir:
Sem agredir o ambiente.
Imitando a natureza.
Com cobertura vegetal.
Reciclando os nutrientes.
Realizando rotação de culturas.
Serão abordados, neste blog, assuntos relacionados à produção orgânica.
Dicas e sugestões.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O Solo



O solo

            Precisamos antes de iniciar uma horta orgânica, entender nosso solo. Podemos iniciar verificando que espécies de plantas existem na área a ser cultivada, estas, por sua vez, nos indicarão, com relação a analise como está a fertilidade do solo. Estas plantas, comumente são chamadas de plantas invasoras, plantas daninhas, pragas ou inços. Mas, podemos defini-las como auxiliadoras ou plantas indicadoras. Elas nos fornecerão detalhes do solo, que muitas vezes passam despercebidos, pois olhamos estas plantas de forma errada, sendo assim, ao observarmos estas plantas, elas se tornam nossas aliadas para entendermos como está o solo, assim poderemos chegar a algumas conclusões, podendo então tomar medidas assertivas no manejo.
Quero destacar algumas plantas indicadoras e o que elas nos “falam”.
·         Amendoim bravo ou leiteiro: desequilíbrio entre nitrogênio (N) e micronutrientes, especialmente molibdênio (Mo) e cobre (Cu).
·         Azedinha: pH baixo, falta de cálcio (Ca) e  molibdênio (Mo).
·         Beldroega: solo fértil.
·         Capim marmelada ou papuã:  típico de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de zinco (Zn). Diminui com aplicação de fosfato natural de rochas e com reestruturação do solo.
·         Caraguatá: terras ácidas. Planta comum em pastagens sistematicamente queimadas.
·         Carqueja: solo pobre e compactação superficial. Falta de molibdênio (Mo).
·         Caruru: solo fértil:
·         Cavalinha: indica solo com teor de acidez de médio a elevado.
·         Dente-de-leão: indica presença de boro (B) e terra fértil. Em  solos compactados e que sofreram com erosão, aparece, mas praticamente não cresce.
·         Erva-de-bicho: solos encharcados.
·         Grama seda: indica solo muito compactado.
·         Guanxuma: subsolo compactado.
·         Leguminosas: presença de fósforo. Elas se enfraquecem quando falta potássio.
·         Lingua-de-vaca: solos compactados e muito úmidos. Pode aparecer em solos férteis, mas que estejam desestruturados e também com excesso de nitrogênio (N).
·         Mamona:  terra arejada. Indica falta de potássio.
·         Maria mole: solo compactado. Indica falta de potássio.
·         Nabiça, nabo louco: falta de boro (B) e manganês (Mn).
·         Picão branco, fazendeiro:  solo com muito nitrogênio e deficiência de micronutrientes,  principalmente cobre (Cu).
·         Picão preto: indica solos de media fertilidade. Muito trabalhados com implementos e desequilibrados.
·         Samambaia: solos com teores altos de alumínio (Al). Diminui com calagem.      
·         Tanchagem: solos compactados e frequentemente úmidos.
·         Tiririca: solo ácido, exposto, compactado e com carência de magnésio (Mg).
·         Urtiga: solos com excesso de nitrogênio (N) e falta de cobre (Cu).
Fonte: Coleção SENAR - PR - 122

Após analisar as plantas indicadoras existentes no solo poderemos tomar algumas medidas, por exemplo:
Se encontrarmos a samambaia e/ou a tiririca, será necessário realizar coleta de solo para uma analise química e física. A análise química tem a finalidade de verificar a quantidade de elementos químicos presentes no solo, dando assim um parâmetro para realisar a correção do pH do solo. Os níveis de pH variam entre 0 e 14, sendo 7 o pH neutro. A faixa ideal de pH para as plantas pode variar entre 5,5 e 7,0. A análise física do solo ou análise granulométrica do solo determinará os teores de areia, silte e argila, bem como a textura do solo, auxiliando na recomendação do manejo do solo.
Após termos em mãos o resultado da análise, poderemos proceder à calagem (aplicação do calcário) conforme a recomendação técnica.
Realizada a calagem podemos iniciar a semeadura ou transplante das culturas a serem instaladas.