O
solo
Precisamos antes de
iniciar uma horta orgânica, entender nosso solo. Podemos iniciar verificando
que espécies de plantas existem na área a ser cultivada, estas, por sua vez, nos
indicarão, com relação a analise como está a fertilidade do solo. Estas plantas,
comumente são chamadas de plantas invasoras, plantas daninhas, pragas ou inços.
Mas, podemos defini-las como auxiliadoras ou plantas indicadoras. Elas nos fornecerão
detalhes do solo, que muitas vezes passam despercebidos, pois olhamos estas
plantas de forma errada, sendo assim, ao observarmos estas plantas, elas se
tornam nossas aliadas para entendermos como está o solo, assim poderemos chegar
a algumas conclusões, podendo então tomar medidas assertivas no manejo.
Quero destacar algumas
plantas indicadoras e o que elas nos “falam”.
·
Amendoim bravo ou leiteiro:
desequilíbrio entre nitrogênio (N) e micronutrientes, especialmente molibdênio
(Mo) e cobre (Cu).
·
Azedinha:
pH baixo, falta de cálcio (Ca) e molibdênio
(Mo).
·
Beldroega: solo fértil.
·
Capim marmelada ou papuã:
típico de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de
zinco (Zn). Diminui com aplicação de fosfato natural de rochas e com
reestruturação do solo.
·
Caraguatá: terras ácidas. Planta comum em
pastagens sistematicamente queimadas.
·
Carqueja: solo pobre e compactação
superficial. Falta de molibdênio (Mo).
·
Caruru: solo fértil:
·
Cavalinha: indica solo com teor de acidez de
médio a elevado.
·
Dente-de-leão: indica presença de boro (B) e terra
fértil. Em solos compactados e que
sofreram com erosão, aparece, mas praticamente não cresce.
·
Erva-de-bicho: solos encharcados.
·
Grama seda: indica solo muito compactado.
·
Guanxuma: subsolo compactado.
·
Leguminosas: presença de fósforo. Elas se
enfraquecem quando falta potássio.
·
Lingua-de-vaca: solos compactados e muito úmidos.
Pode aparecer em solos férteis, mas que estejam desestruturados e também com
excesso de nitrogênio (N).
·
Mamona: terra arejada. Indica falta de potássio.
·
Maria mole: solo compactado. Indica falta de
potássio.
·
Nabiça, nabo louco: falta de boro (B) e manganês (Mn).
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Picão branco, fazendeiro: solo com muito nitrogênio e deficiência de
micronutrientes, principalmente cobre
(Cu).
·
Picão preto: indica solos de media fertilidade.
Muito trabalhados com implementos e desequilibrados.
·
Samambaia: solos com teores altos
de alumínio (Al). Diminui com calagem.
·
Tanchagem: solos
compactados e frequentemente úmidos.
·
Tiririca: solo
ácido, exposto, compactado e com carência de magnésio (Mg).
·
Urtiga: solos
com excesso de nitrogênio (N) e falta de cobre (Cu).
Fonte: Coleção SENAR - PR - 122
Após
analisar as plantas indicadoras existentes no solo poderemos tomar algumas
medidas, por exemplo:
Se
encontrarmos a samambaia e/ou a tiririca, será necessário realizar coleta de
solo para uma analise química e física. A análise química tem a finalidade de
verificar a quantidade de elementos químicos presentes no solo, dando assim um parâmetro
para realisar a correção do pH do solo. Os níveis de pH variam entre 0 e 14,
sendo 7 o pH neutro. A faixa ideal de pH para as plantas pode variar entre 5,5 e
7,0. A análise física do solo ou análise granulométrica do solo determinará os
teores de areia, silte e argila, bem como a textura do solo, auxiliando na recomendação
do manejo do solo.
Após
termos em mãos o resultado da análise, poderemos proceder à calagem (aplicação
do calcário) conforme a recomendação técnica.
Realizada
a calagem podemos iniciar a semeadura ou transplante das culturas a serem
instaladas.